Foi pelo fato de estar me graduando em Física (5º semestre agora, \o/ uhuuuo lá vamos nós)                        que esses meus amigos dirigiram a mim essas suas 'instigações'? Ok, tudo bem, parece ser uma relação bastante logica. Mas uma coisa precisa ser dita: eu sempre fui curioso!

           (Um parêntese pra tentar explicar a intensidade desse 'curioso': é muito mesmo. Ao ponto de fazer coisas do tipo, abrir e esmiuçar um ventilador que ganhei em um sorteio [a unica coisas que tive a sorte de ganhar assim na vida], de modo que não conseguia monta-lo de novo, ou seja, ganhei e perdi no mesmo dia. Queria entender como aquilo funcionava. Fazer alguns furos em uma vasilha de minha mãe, para realizar um experimento que tentava medir o percentual de oxigênio de meu quarto. Entre outras tantas, mas acho que já deu pra ter uma idéia neh!? Se não vou me complicar com algumas pessoas).

        Bem, o fato é que, mesmo se não estivesse cursando Física, eu iria querer saber as respostas. Iria persegui-las!! Sempre tive orgulho disso. Não aquele orgulho de me envaidecer, longe disso! Mas sim, orgulho de perceber o quanto isso me faz bem. Me faz crescer.

           Estava matutando essas coisas aqui em minha jaca, depois de ler no Guia de Carreiras do G1, sobre a profissão de físico. (http://migre.me/5P2cE). É um pouco 'antiguinho' levando em conta a velocidade de metamorfoses divulgadas na internet, e muito sintetizado (muitíssimo) pra definir o que você terá pela frente se decidir fazer o próximo vestibular para Física (provavelmente vai passar). Mas as palavras do coordenador do curso de Física da PUC-Rio são muito proveitosas: "De maneira geral, a pessoa tem de ter uma verdadeira paixão por ciências. É preciso ser curioso, ter uma mente aguçada, aberta, que tenha alguma habilidade matemática ou de observação que possa levar a pessoa adiante". Explicam  em parte por que eu não poderia estar em outro curso que não fosse Física. Não sei se tenho todas as propriedades citadas, mas com certeza esse espirito descobridor foi uma tremenda influência, que me trouxe do ensino médio pra cá sem medo de 'errar o curso'.

         Talvez você não tenha percebido, mas nessa janela do portal G1, tem um link exatamente com a inscrição que dá titulo a esse post. São as palavras muito bem ditas em uma entrevista do físico Mario Noberto Baibich. Ele pontua algumas coisas que eu concordo em gênero, número e grau. Perguntado sobre sé é difícil escolher Física logo de cara no vestibular, ele diz: "Falta informação sobre o curso. A sociedade não tem uma ideia muito clara do que é ser um físico. Com engenharia, medicina, direito, as pessoas tem aquela segurança. Físico é uma coisa meio etérea, é uma desgraça, na imagem popular, é aquele cientista, de guarda-pó, fazendo uma reação química".  

           Tem coisa mais verdadeira do que isso? Falta informação! E como falta! Tanto de quem deveria divulgar, quanto daqueles que deveriam ser curiosos de perguntar. Daí quando digo que curso Física, raramente (quase nunca), as pessoas dizem coisas do tipo: "poxa, legal, buscando compreender o que acontece na natureza....estudando tudo neh, por que a Física está em tudo! Dever ser fascinante!". Não, não, elas dizem um rápido e pragmático: "você é louco!"

             Dentro dessa conclusão simplista e rasa, não cabe toda paixão que tenho pelas descobertas, pelas respostas para a natureza. Não cabe a Física como construção; a Física para a cidadania; significativa, do dia-a-dia, misturada em nossas vivências. Não cabe nem apertado o maravilhoso processo de investigação cientifica. (Tudo isso mesmo apesar de todos os problemas da graduação). Não, em vez disso, ela aponta para aquela Física dogmática, sem vida, que não passa de treino para o vestibular.

              É preciso olhar mais de perto, e olhar para o lugar certo tá? Na verdade essa falacia toda até aqui, foi pra dizer isso. Motivado por ver pessoas, até muito próximas de mim, com duvida sobre que carreira seguir.O que com certeza é completamente normal. Penso, que o que não pode ser considerado normal é escolher sem conhecer o bastante sobre o que se pretende fazer.

              Investigue, questione, pergunte em quanto é você quem faz as perguntas. Por que mais tarde correrá o risco de ser você quem estará dando as respostas, e quem sabe até, dizendo com uma cara fechada que não está satisfeito com a carreira que escolheu. 

            Certamente é o tipo de decisão que envolve muitos fatores, e eu não tenho propriedade pra falar sobre os tais. Mais posso dar um pitaco com segurança: você pode até se dar bem, mais vai correr o risco de perder algo que seria melhor, com que você se identificaria mais, só por que não teve a disposição de descobrir. Físicos não são só "loucos", enfermeiros não são apenas "anjos dos corredores", e os fisioterapeutas? E os engenheiros? Os contadores? E os biomédicos? Os garis? Os nano-tecnólogos? (sabe o que é isso?). Pois é, precisa conhecer mais de perto, precisa perguntar. E aproveita viu, por que fazer as perguntas é muito mais divertido de que respondê-las. 

...16 de Agosto de 2011. 15 horas. Cafofo do Zé Pequeno. Um jogado no colchão, outro largado no sofá. Nós e a confusão. Temos as ideias, mas é difícil escolher as palavras.  E que ousadia a nossa, nos metermos com as palavras. Não temos duvida: jogar futebol é mais simples que escrever um post. Mas como a jogada aqui é compartilhar alguma coisa do Ensino e Divulgação de Astronomia, vocês, parafraseando o velho Mário Jorge Lobo Zagallo, 'terão de nos engolir'. Mas vamos pra o que interessa e sem perder tempo. Você está começando a ler o post agora...mas pra escrever essas próximas linhas foi uma demora. Sem saber exatamente como falar, nos lembramos do pensamento de um conhecido nosso que sabia lidar bem com as palavras:

 "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." (Albert Einstein) 


O fato é que estamos agora em frente ao computador, olhando pra trás, e percebendo que de alguma forma, não somos mais os mesmos. Não só pelo fato de agora estarmos um pouco mais 'cheios' e sedentários, pela falta de tempo...mas justamente pelas novas ideias, pelas novas perspectivas,  novas possibilidades, pelas novas tantas coisas. Afinal de contas, o contato com muitos bons professores e outros tantos bons colegas, tinha de evoluir em alguns 'graus' na escala Celsius, essas mentes "ignorantes". Um choque térmico no nosso estado "boréstia" de pensar.


Quando esses pés xucros pisaram pela primeira vez aqui na Universidade, tivemos a impressão que o Campus era maior do que nossas cidades. Ficamos abestados! (É claro que não é). Já viu um homem do interior, que acabou de pisar em Sao Paulo? Quanta coisa pra descobrir einh? Quanta expectativas? E lá se foram os primeiros meses...limites, mecânica, cálculos e mais cálculos. Sofremos. Nossas limitações iam ficando evidentes a cada aula. Principalmente no que diz respeito a parte 'matemática' do curso. Mas nos prepararam para isso? (Isso é papo pra mais de metro‼). Mas a Física não se resume a cálculos abstratos (Graças a Deus!). E o que é um bom professor na vida de dois xucros!? Roberto Leon Ponczek, foi como um oásis de fundamentos, no nosso deserto de cálculos. Foi a partir de sua brilhante abordagem epistemológica (oh que palavra bunita?!) que começamos a mudar nosso estado de 'matutação'. A depois, vieram outros fantásticos professores, que nas suas respectivas disciplinas, nos fascinavam a cada encontro. E que para o azar dos leitores desse humilde blog, ajudaram a desenvolver a capacidade critica desses dois ousados xucros. Raimundo Luiz, "The New Paulo Freire"; Bruno da Mata, "Wittgenstein"; Gustavo Rocha, "Google Men"; Antonio Jorge, "Ministro do Diagrama V"; Lilian, "Nossa Psicologa"...citando-os xucramente e brevemente, pois a importância deles não caberia nesse post. Escreveremos sobre cada um. Mas nosso divisor de águas, foi mesmo, a I Conferencia Internacional de Filosofia das Origens. Sentiu a importância só pelo nome? Participamos. Ouvimos. Vimos. Aprendemos. Instigamos. E...com a mente aberta, nunca mais fomos os mesmos. Contaremos tudo pra vocês depois. Mas foi mais ou menos assim que tudo se iniciou. Quem diria? Dois xucros 'cabra da peste' um dia , falando sobre Astronomia. (E fazendo rima ainda!)  


...Por hoje, pode beijar a viúva e fechar o caixão. Aos que leram, muito obrigado. Aos que apenas 'passaram os zoius', se ligue pelo menos no vídeo a baixo: Física, Filosofia, Futebol e Humor!! Pra você sair daqui alegre também.